sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Daniela

de flor em flor, me reflorestou
de cor em cor, me redecorou

desmaios nos matos de maio
reciclos na vida de junho
amor armou

aonde for, eu fico
aonde flor, eu bico
a cor de amor

se vai vario
se vem sorrio
acordo maior

de um inverno a sempre
me armarraflou
  

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Pre-oculpado

lembranças futuras me assombram
pelejo pesadelos

mastigo dentes
seco saliva

almoço esôfago
janto estômago

cerco a morte, o torpe, o corte
perco o norte, a sorte, a corte
   

Pre-oculpado

lembranças futuras me assombram
pelejo pesadelos

mastigo dentes
seco saliva

almoço esôfago
janto estômago

cerco a morte, o torpe, o corte
perco o norte, a sorte, a corte

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Recomeço

o fim de uma era, ela
um recomeço
um arremesso
ao esquecido viço

vistosa hera
frondes fartas
onde escondo meus an-
seios

esfinge bela
misteriosa vinha
veio, vimos, e agora
ela é minha

Confessório

Um ruído de fundo
me afunda

uma interferência
uma imensa reticência
em minha frágeis alegrias

como se ainda sobrassem detritos
nos restritos espaços de meus dentes
da maçã original

como se meus delitos me alçassem
ao lugar vago na cruz
do criminoso perdoado

um nó que apertasse a alma
um pó que descolorisse a minha visão

como se o perdão não houvesse
ou mesmo a salvação no amor

como se ao sorriso de minha escolhida
não fosse permitido enxugar o sangue
de minhas mágoas

há remédios?