Busco a aptidão da palavra
o que nela aprende
o que nela estraga
a palavra livre
a palavra escrava
a que me prende
a que me eleva
e me destrava
a palavra mãe
e a amarga
a que me define
a que me salva
preciso descobrir
as palavras que me esmagam
para, conhecendo-as, despalavrá-las
Que lindo!
ResponderExcluirMaravilha meu amigo! Muito bem constrído.
ResponderExcluirPedro
ResponderExcluirAcredito que as palavras devam mesmo ser despalavradas. Elas servem para demarcar nossas alegrias e tristezas, mas depois é preciso mandá-las para longe, libertá-las da serventia que tiveram. Se não fazemos isto, ficamos obrigados a pronunciá-las e entravamos novos destinos. Quando novas palavras nos chegam, novos caminhos traçamos. Ou quando novos caminhos traçamos é que novas palavras nos chegam?
Fantástico, Pedro, que você traga esta experiência tão sutil e de tanta sabedoria para a tua lírica.
Beijos, Maria Clara
Palavras são só palavras.
ResponderExcluirNão existe palavra exata para um certo sentimento.
É o sentimento que dá a exatidão da palavra dita sem sentido.
"despalavrá-las"... muito bom isso.
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