segunda-feira, 8 de abril de 2013

Um nada

um nada vem me conduzindo
de um zumbido a outro

regateio vida em destroços
assobio e atraio pássaros
presas fáceis

com penas entre os dentes
e virtudes ponderadas
intento voos

um nada vem me conduzindo
em discurso incerto

arestas de reconhecimento
réstias de insights
esquecidos signos

um nada vem me reduzindo
a pequenos poros de contentamento

mudo eu ou falo o nada
escolha não há
tudo se espera

e quando puseres os grãos a cozer
convida-me sem aviso
a sorver teu molho

colarei às tuas asas minhas penas
sugarei poro por poro
dente al dente

escorrerei do meu nada
aos seus algos rítmicos
alvos míticos

e aquela falta espessa
rara trava tranca feita
desnudar-se-á ao som dos arrepios

testemunhos vívidos de nossos voos

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