terça-feira, 26 de outubro de 2010

M(e)(u)do

Eu tenho muitos ódios
Eu tenho muitos silêncios

Eu tenho muitos desejos
Mas o cimento, o cimento, cimento     O áspero

Muitos tédios, eu tenho
Me drogo, me entalo, consumo remédios

Eu levo muito a sério, Eu falo muito a sério, Eu penso muito a sério

O ócio, o fácil, o macio, o estio, o afago
Um doce doce de uma doce avó
Eu não tenho

Muitos medos me têm
                                  Eu sofro muitos danos
Eu causo muito danos

Estrago, quebro, esquartejo
Arranco, arrasto, parto
Esmago, arremesso, afasto
Urro, espanco, estraçalho

Tanto Poder de Destruição
Em um quase resto, um quase nada
um punhado de pó
em um canto ínfimo de um universo infindo, imenso

Eu tenho medos, imensos
Infindos

2 comentários:

  1. Maria Clara Queiroz Corrêa27 de outubro de 2010 às 13:00

    Pedro
    Você é humano,apenas humano. Mas um humano que cuida de si e do outro humano, com as mãos, com as palavras que diz e que escreve. Um humano que sofre, um humano poeta, um humano músico. Um pai humano, um irmão humano, um filho humano, um amigo humano, um amante humano.
    Humano, apenas humano.
    Beijos Maria Clara

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  2. Pedro, seu poema é belissimo. O uso das palavras conta o poeta que você é.
    Beijos
    Sandra Viola

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