Uma
carícia,
mãos
plumas,
suavizando
a superfície da pele
Os
lábios,
um
beijo cheiro e toque,
Os
lábios,
mudos,
dizem,
fica
bem, estou aqui
Os
braços,
protegem
e aparam,
suportam,
desdobram-se
os
braços abraçam, abraçam
Os
abraços
Ouvidos
ouvir,
ouvir, ouvir, ouvir, ouvir, ouvir.
Nunca
olvidem,
vez
ou outra, quiçá, duvidem,
Nunca
olvidem:
Entre
sons e silêncios, no inspirar,
nas
pausas...
com
o devido alumbramento,
adivinha-se
a fala das falas
Palavras
à vontade,
a
vontade nas palavras.
Os
ombros,
a
aparar as tuas mágoas, sempre,
repetem,
fica
bem, estou aqui
A
ponta mais paciente dos dedos,
enxuga,
leve delicada,
uma
a uma, cada uma das tuas lágrimas
A
voz busca, inventa, compõe, puxa os fios
dos
sons que te confortam
O
tempo,
todos
os instantes necessários,
às
necessidades dos teus vazios
Uma
flor dada, inesperada,
um
poema dedicado, encomendado por ninguém,
Um
gesto, um sorriso,
um
copo d'água fresca
o
corpo d'alma aberta
Os
olhos a mirar, a admirar,
a
tua beleza, a tua face, o teu olhar,
Os
olhos, sábios, imitam,
os
ombros e os lábios,
e
repetem,
Fica
bem, estou aqui.
Sempre
estarei, afeito
A
todos os teus afetos.
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