domingo, 13 de fevereiro de 2011

Solidão

O não,
O nada-em-tudo,
O vazio...

A falta.

A espera,
Um indizível alvo,
Algo...

Solidão.


A vida vista da janela,
que não invade as frestas,
que não vinga.

O mundo se evade.

Das minhas fraquezas,
de tantas precariedades minhas,
o mundo se vinga.


A Solidão,

Brinda a si com uma fina taça de fel,
se apaixona, se enfeita,
Inebria-se.

Em si, por si, a si própria,
O não outro, o não ser,
o impróprio do próprio.

O sólido evanescente,
A desação.


À Solidão,

Sempre,
pretendo-me acostumado,
Sempre.

Mas a Solidão é sempre o nunca.


Falo, mudo, para ninguém.
Palavras, frases, sons,
em gestos largos,
repetidos, decorados, repetidos,

Diálogos surdos, intenções.
Atenção, a tensão.

O teto, as paredes,
O chão,
Nenhum-ninguém, um algo esboça,
alento algum, emboça.

Os desejos, os desejos, os desejos.


Solidões.


Atirem o primeiro sorriso,
Os que nunca estiveram sós.



Solidão 2

Uma frase em mente, mormente,
uma antiga canção:
me dê a mão, vamos sair pra ver o sol.”

2 comentários:

  1. Parabéns, Mano Véio.
    Grande amplexo.
    Jorge

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  2. é sempre assim depois que te leio. fico reflexiva, sem palavras, meio encantada. só metade. a outra parte tocada me deixa consciente para consagrar a sua beleza. você é lindo, marolinha! obrigada!

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