sábado, 26 de março de 2011

Para Sempre Nunca Mais

Nunca mais.
Tempo extremo, infame.

Para sempre.
Tempo infindo, insano.
Fim algum.

- // -

Em incerta hora,
inexato instante,
entre o nunca e o sempre,
de doentias entranhas,
escapuliram, sorrateiros,

O Para sempre,
O Nunca mais.

Inventaram-se as dores do mundo.
Pariu-se a morte da paz.

- // -

Com a espada, a lâmina,
do aço mais nobre e confiável,
de ponta crua, fria, friel,

Divida-se, rasgo-corte,
em golpe exato,
a garganta, o peito, o ventre,

E à biceps, à forceps,
em inverso parto (ré-vida),
Reentranhe-se,

Nas profundezas invisíveis,
da indizível criatura,
as suas desumanas criações.

- // -

E que nunca mais se aprenda,
E que para sempre se esqueça,

como foram criados, de que forma se cria,

o Nunca mais.
o Para sempre.

Para todo o sempre.
  

Um comentário:

  1. Lindo modo, Pedro, de brincar, "desafiar", o monstro do tempo infinito...
    bj
    Marcia

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