quarta-feira, 9 de março de 2011

O Outro

O outro é pouco,
O outro é o mundo.

O não mundo eu sou?
o não meu é o do mundo?

-/-

Em outros espelhos me lustro,
em outros saberes me ilustro,
em outros quereres me farto,

E um pouco adiante,
um tiquinho de após,
antes da próxima curva,

Me encurvo,
míope, extraviado, inculto,
Farto.

No outro,
o confuso,
o difuso,
o fusco-fuso,
o anti-horário das horas.

Com o outro os tempos variam.

Ao outro as minhas reservas,
todas, completas,
Aposto.

As mais altas apostas,
as fichas todas,
a carta mais valiosa,
a cadência sinfônica,
a derradeira nota,
o tostão que me resta.

Ao outro,
meus melhores trajes,
os altivos gestos,
os vocábulos raros.

Em mim,
os andrajos,
o sem-prumo,
a almasmática.

-/-

Ao cabo,
quando as horas se bastam,
findo é o outro.

Eu
resto
alquebrado,

nem nada,
nem mundo.

Um comentário: