domingo, 8 de maio de 2011

Foco

Há que se manter o foco.

Se o foco é bruma,
imagem falha,
a mira vira miragem.

Se o alvo é oco,
o foco é fosco,
é foco-fátuo.

Há que se afinar o foco.

Sintaxes alquebradas,
sinapses aleijadas,
caleidosfoco.

Reter, deter, derreter o hiper-foco.

A autoestrada das sensações,
o alto-falho das tentações,
as incertezas.

A certeza
perene
da perda
do melhor
do agora.

Há que se manter o foco em riste.

Fugir, sempre, do refulgir caótico
da infinita sala de espelhos
do parque das perversões.

Há que se manter o foco.
Há que se manter.
O foco.

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