um nada vem me conduzindo
de um zumbido a outro
regateio vida em destroços
assobio e atraio pássaros
presas fáceis
com penas entre os dentes
e virtudes ponderadas
intento voos
um nada vem me conduzindo
em discurso incerto
arestas de reconhecimento
réstias de insights
esquecidos signos
um nada vem me reduzindo
a pequenos poros de contentamento
mudo eu ou falo o nada
escolha não há
tudo se espera
e quando puseres os grãos a cozer
convida-me sem aviso
a sorver teu molho
colarei às tuas asas minhas penas
sugarei poro por poro
dente al dente
escorrerei do meu nada
aos seus algos rítmicos
alvos míticos
e aquela falta espessa
rara trava tranca feita
desnudar-se-á ao som dos arrepios
testemunhos vívidos de nossos voos