Existirmos:
a que será que se destina?
A
dor define nossa vida toda.
Respeito
muito minhas lágrimas
Mas
ainda mais minha risada.
De
perto, ninguém é normal.
Cada
um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
É
que Narciso acha feio o que não é espelho
E à
mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Gosto
do Pessoa na pessoa
Da
rosa no Rosa
E
sei que a poesia está para a prosa
Assim
como o amor está para a amizade
E
quem há de negar que esta lhe é superior
...
Se
você tem uma idéia incrível
É
melhor fazer uma canção
Está
provado que só é possível filosofar em alemão.
...
A
língua é minha pátria
E
eu não tenho pátria: tenho mátria
E
quero frátria.
Será
que nunca faremos
Senão
confirmar
A
incompetência
Da
América católica
Que
sempre precisará
De
ridículos tiranos
...
Ou
então cada paisano
E
cada capataz
Com
sua burrice fará
Jorrar
sangue demais
Nos
pantanais, nas cidades
Caatingas
e nos gerais
...
Morrer
e matar de fome
De
raiva e de sede
São
tantas vezes
Gestos
naturais...
Os
livros são objetos transcendentes
Mas
podemos amá-los do amor táctil
Que
votamos aos maços de cigarro
Domá-los,
cultivá-los em aquários,
Em
estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou
lançá-los pra fora das janelas
(Talvez
isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou
o que é muito pior por odiarmo-los
Podemos
simplesmente escrever um
por que não se fazem mais letristas como antigamente?... e é uma pena que o Caetano, enquanto personalidade (ou "celebridade"), tenha virado um chato de marca maior...
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