quinta-feira, 18 de março de 2010

Retroalimentação 2

Retroalimentação

Da auto-deglutição, escapulir
Almejada meta
Infinda

Desmanchar, esmagar, destruir
O que resta
Do ainda
Da autocomiseração

Em meu aterro solitário, onde não se avista
Deito o podre, o que não presta
O sujo e o feio

E minh’alma, mesquinha, egoísta
Exímia no tapear, mestra
Constrói o meu anseio

Despeja uma camada de prata
Outra de ouro, disfarça
Retrai

Com luxo tudo arrebata
Aos ratos e urubus atrai
O falso e a farsa

Mas ainda não satisfeita
Molha com perfume
Encharca, enxágua, esfrega

E então

Da borda frágil escorrega
O fétido, o curtume
A desgraça espreita

Desvão

O leito instável
Abarrotado, nato
Dança em dança tresloucada

A viga mal-acabada
A intriga, o mato
Esgarçam o indecifrável

Encharcados, regurgitam
Revolvidos, recomeçam

A retroalimentação
   

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