Um
grito ao contrário, calou bem antes de nascer
Não
foi rebento
Arrebentou
por dentro
Murchou
antes de florir
Não
foi rebento
Sequer
sangrou ao menos
Secou
antes de nascer
Um
gesto contido, por ser um gesto incapaz
Parou
no sonho
Ao
menos foi um sonho
Rompeu-se
no despertar
Parou
no tempo
Adormeceu
com o tempo
Imagem
fixa no ar
Se
o corte é na alma quem vai poder estancar?
Se
o grito é rouco
Há
de se ouvir o sonho
Quem
pode a alma calar?
Se
o gesto é fraco
Há
de surgir o sonho
Quem
pode a alma calar?
Rebento
a florescer, Os olhos sangrando enfim
Gritam
meus olhos
Brilham
na luz das lágrimas
Sabem
enfim sonhar
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